quarta-feira, 17 de junho de 2015

Atividades do Caderno IV Linguagens



REFLEXÃO E AÇÃO - Pág. 14


Nesta unidade discutimos a formação da área de Linguagens, o conceito de linguagem e apresentamos os conhecimentos da área. Agora vamos refletir um pouco sobre esses temas através da discussão do filme O enigma de Kaspar Hauser, do diretor alemão Werner Herzog, que você pode assistir em: O ENIGMA DE KASPAR HAUSER



Consideremos a seguinte ordem na atividade:

1) Assistir ao filme, procurando observar e anotar, quais são as relações entre linguagem e construção
da realidade; como as práticas de linguagem estão atreladas aos contextos sociais e históricos; como os conhecimentos de linguagem listados acimas aparecem no filme.

2) Em roda de discussão, comparar as anotações e reflexões.

3) Ainda no grupo, discutir a relação entre imposição e opção na linguagem e entre reprodução e
mudança social

15 comentários:

  1. 1) O filme relata sobre um jovem aprisionado durante 15 anos sem contato com os seres humanos. A exclusão da sociedade lhe acarretou prejuízo no pensamento, pois não tinha contato com a linguagem e com os sistemas simbólicos existentes na sociedade. O fato de naquele ambiente não existir mediações simbólicas, sua relação com o ambiente se resumia na mediação de instrumentos(copo, jarra de água e outros). Kaspar Hauser não sabia sentar, falar, os movimentos eram básicos, vivia acorrentado e só tinha contato com pessoas a noite quando era deixados água e pão para se alimentar. Ele tinha rejeição a outros tipos de alimentos pois não fora condicionado a ingerir comidas diferentes. Mesmo quando foi libertado em uma praça de uma sociedade, o Kaspar ainda estava aprisionado no seu mundo interior, pois tudo era desconhecido para ele. A sociedade alemã fez o máximo para a integração de kaspar a sociedade, e com o tempo passou a ter “traços humanos” ou seja, passou a ter atitudes racionais. Somos manipuláveis quando nascemos, podemos ser qualquer coisa de acordo com o meio em que vivemos. Para Vygotsky “sem a internalização da linguagem, que é feita através das relações sociais, não é possível representações mentais, logo não se desenvolve as funções psicológicas superiores." O uso da linguagem como instrumento do pensamento supõe o processo de internalização da linguagem. Verifica-se a todo o momento, uma fala repetitiva para que o House internalizasse o discurso interior o que lhe permitia “entender o mundo”. E assim, começou a sair daquela fase pré-intelectual onde não se conseguia emitir sons, apresentar expressões emotivas e etc e passou a apresentar um funcionamento psicológico mais aguçado. Alguns conceito sócio – histórico, abstratos, construído pela sociedade não fora aceito por Hauser, pois para ele era incompreensível. Portanto, o Deus cultuado pela sociedade, uma vez não manuseável, para ele era de difícil compreensão. Era preciso então, internalizar a linguagem para entender o conceito do sentido do que era Deus. Outra passagem que me chamou a atenção fora o fato de House não diferenciar sonho da realidade. Quando estava no cativeiro não sonhava, somente após que internalizou na sociedade a linguagem é que foi possível ter sonhos. A mediação simbólica com o mundo tornou possível o exercício das funções psicológicas superiores e assim foi possível internalizá-las no seu subconsciente. Vivendo em um mundo cheio de representações simbólicas foi possível imaginar e sonhar perante estes símbolos internalizados cheios de significados. As interações sociais lhe permitiu uma sofisticação do funcionamento psicológico e assim deixou de ser um ser somente biológico passando também a ser sócio- históricas características exclusivas dos seres humanos.
    2) Verifica-se que é pela linguagem que é possível a construção sócio-histórica. A mediação simbólica que Vygotsky pregou foi muito importante para a compreensão da construção cultural. Cada cultura constrói instrumentos de acordo com cada processo sócio-histórico vivenciado. É pela linguagem que interagimos uns com os outros, expressamos nossos sentimentos e construímos nossa cultura.

    3) Sendo a linguagem um instrumento de internalização sócio-histórica, é difícil entende-la como um imposição ou algo parecido. As representações simbólicas tem significado expressamente ligados a linguagem. Ao pronunciarmos a palavra livro, por exemplo, já internalizamos o significado desta palavra em nossas mentes, mas é preciso aprender o significado desta palavra e assim quando aprendemos impulsionamos um o desenvolvimento mais elaborado do pensamento. Porém no filme Kaspar Hauser, mesmo vivendo em sociedade não conseguiu atribuir significados a muitas coisas, mesmo adquirindo a linguagem. Penso que a internalização, mais apurada da linguagem deve ser deste a fase infantil, pois assim o indivíduo vai internalizando as representações simbólicas, construídas na sociedade.

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  2. 1)É um filme denso, que nos mostra uma visão sobre a humanidade e faz uma reflexão sobre a unicidade do ser humano, da história de vida e experiências de cada um, e sobre o quanto linguagem e cultura representam para o desenvolvimento psicológico do indivíduo.quase não sabia falar, nem andar e não se comportava como humano, pois desde a mais tenra idade, foi privado do convívio social. Sua trajetória de vida é o triste resultado de sua carência de cultura e do
    não desenvolvimento da linguagem. O total isolamento na caverna por tanto tempo, impactou fortemente sua formação como indivíduo.Muito tempo após sua reintegração na sociedade, já com a linguagem mais desenvolvida, percebe-se ainda a dificuldade de Kaspar Hauser em entender às pessoas e suas reações. Enquanto privado do convívio social, o silêncio era sua única companhia. Não somente a ausência de vozes externas, mas o silêncio interno, da mente vazia. Kaspar Hauser não poderia conhecer a si mesmo sem ter alguma relação interpessoal, sem referências. Não havia a linguagem para que ele pudesse definir as coisas que via e experimentava no cativeiro.
    Em todos os momentos do filme em que Kaspar Hauser é confrontado por alguém, ele se mostra muito mais sensato e lógico do que os homens educados.
    2) A relação do filme com a linguagem, nos mostra de forma bem clara a necessidade de termos uma construção de linguagem,sem pressão,e sim de maneira natural e própria desde cedo ,pois é ela que proporciona ao indivíduo a sua relação com a sociedade como um todo.
    3)Conhecer o mundo pela linguagem, por signos linguísticos, parece não ser suficiente . Vygotsky insiste que o pensamento e a linguagem se originam independentemente, fundindo-se mais tarde no tipo de linguagem interna que constitui a maior parte do pensamento maduro.
    Exemplo foi Kaspar Hauser que não passou por um processo de socialização, onde exercitaria a compreensão através da prática social, não consegue atribuir significado às coisas, mesmo tendo adquirido a linguagem. Assim, analisando o caso de Kaspar Hauser, somos levados a pensar que não apenas o sistema perceptual, mas as estruturas mentais e a própria linguagem são resultantes da prática social, ou seja, as práticas culturais "modelam" a percepção da realidade e o conhecimento por parte do sujeito.

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  3. 1) Ao observar e tentar analisar o filme Enigma de Kaspar Hauser, de Vospar Hanser, podemos perceber que as relações entre linguagem e construção da realidade são praticamente inexistentes devido a ausência de convivo social. Kaspar Hauser não passou por um processo de socialização, onde exercitaria a compreensão através da prática social, não consegue atribuir significado às coisas, mesmo tendo com o tempo adquirido a linguagem. Assim, analisando o caso, somos levados a pensar que não apenas o sistema perceptual, mas as estruturas mentais e a própria linguagem são resultantes da prática social, ou seja, as práticas culturais "modelam" a percepção da realidade e o conhecimento por parte do sujeito.
    2) O filme tem um enredo dramático, que se justifica pelo levantamento das consideração a ideia de que o filme é uma construção sobre a realidade que articula palavra, som ,imagem, movimento, se tornando, portanto, uma maneira de compreender comportamentos, visões de mundo, valores, identidades, ideologias de uma sociedade, etc. Este filme reflete e ilustra um movimento, a principio, pitoresco: a possível existência de um homem sem sociabilidade, sem nenhum contato social, para que a partir dessa problemática, chegássemos ao debate de questões sociológicas.

    3) Esse Filme tem como finalidade mostrar o comportamento psicológico e social do indivíduo, que por sua vez ficou preso toda sua vida numa masmorra de isolamento social, trazendo-lhe consequências graves de integração social. O impacto do isolamento por anos termina por afetar fortemente a formação desse individuo, que jamais poderia ser um ser normal dentro dos limites empregados pela sociedade, que nem o compreendia como ser humano.

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    1. O filme mostra claramente como o ser humano é um ser social por natureza. O ser humano se humaniza e se desumaniza em sociedade.O ser humano aprende a falar, andar, comer, se vestir e se comunicar em sociedade. A sociedade se impõe sobre o individuo, tem a primazia sobre as ações do individuo. A linguagem é também uma construção social que possibilita o ser humano se conhecer e se relacionar em sociedade. O filme mostra claramente que o individuo isolado não consegue entender o seu próprio papel no mundo. Os valores humanos e sua própria concepção do mundo tem forte interdependência com outros homens e com a própria sociedade.

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    2. concordando com o colega Ronaldo e dando continuidade ao seu pensamento, o filme realmente trata de forma clara, a exclusão social de que este menino foi vítima. Como não tinha contato com a sociedade até sua adolescência, foi privado da faculdade da fala, além de uma série de conceitos lógicos de raciocínio, que por exemplo, não lhe permitiam diferenciar realidade de sonhos.

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  4. No “Enigma de Kaspar Hauser” foram observados algumas relações entre a linguagem e a construção da sociedade, a saber que o grande problema de Kaspar Hauser está atrelado ao cativeiro, uma vez que seu estado de solidão e total privação de convívio social fez com que não tivesse acesso a conhecimentos linguísticos que é essencial para o crescimento intelectual de um ser.
    Com toda essa problemática ele consegue após a saída do cativeiro, aprender a andar a reproduzir seu nome, pronunciar palavras com o auxílio do espelho, aprender música e encanta-se com a melodia do piano. Ao jovem Kaspar Hauser foi imposto a priori a repetição de sons, de objetos e traquejo social. Momentos mais tarde, em discussão com religiosos foi imposto a acreditar em que Deus criara tudo do nada. Porém, o mesmo munido de inocência retrucou aos religiosos que era necessário melhorar a sua prática de leitura e escrita, para poder compreender melhor o mundo. Quanto a reprodução isso os habilitava nas mudanças sociais, quanto ao comer, andar e ouvir música, mas se sentia cansado de aprender coisas que para ele era difícil. Isto nos faz crer que o quanto a linguagem e a cultura representa para o desenvolvimento psicológico do indivíduo, e quando privado destas as consequências são danosas, pois a linguagem nos oferece um leque de opções e mudanças e reescreve a história de nossas vidas.

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  5. 1O filme “O enigma de Kaspar Hauser” nos faz refletir sobre questões como a aquisição da linguagem e se esta aquisição estaria ligada com as experiências vividas no “mundo físico”, além de outras questões interessantes como até que ponto a linguagem é capaz de alcançar o pensamento?
    Kaspar Hauser é um rapaz que vive há anos trancado em um quarto escuro, ele jamais saiu de lá, e jamais teve algum tipo de contato social. Por conta destas condições, Kaspar além de não falar também não possui parte de suas funções motoras.
    2-o filme tem enredo social dramático.
    3- o filme mostra paisagem em que Kaspar Hauser foi colocado, apesar de explicada pela linguagem, pelas palavras, por signos lingüísticos, permanece, para ele, indecifrável. Muitas vezes, pedia para contar histórias que imaginava, mas não conseguia verbalizar o conteúdo pensado.

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    1. Kaspar Hauser é um personagem real e enigmático que, quando encontrado em Nuremberg, em 1928, com supostamente 15 anos, quase não sabia falar, nem andar e não se comportava como humano, pois desde novo, foi privado do convívio social. Sua trajetória de vida é o triste resultado de sua carência de cultura e do não desenvolvimento da linguagem. O total isolamento na caverna por tanto tempo, foi um choque a sua formação como indivíduo. Muito tempo após sua reintegração na sociedade, já com a linguagem mais desenvolvida, percebe-se ainda a dificuldade de Kaspar Hauser em entender às pessoas e suas reações. Enquanto privado do convívio social, o silêncio era sua única companhia. Não somente a ausência de vozes externas, mas o silêncio interno, da mente vazia. Kaspar Hauser não poderia conhecer a si mesmo sem ter alguma relação interpessoal, sem referências. Não havia a linguagem para que ele pudesse definir as coisas que via e experimentava no cativeiro. A linguagem é a expressão do pensamento. É a mais antiga das concepções, muito presente entre nós. A obra do diretor Herzog é repleta de simbolismo. Observamos e anotamos as experiências vividas por Kaspar Hauser pela ótica tanto das ciências médicas como das sociais. A importância do aprendizado da linguagem para o bom relacionamento interpessoal é o fator que mais chama a atenção. O filme O Enigma de Kaspar Hauser menciona trechos para exemplificar o impacto na sua linguagem, na sua vida e no seu desenvolvimento mental após cativeiro. “Tenho que aprender a ler e a escrever para depois poder compreender.” “Conhecer o mundo pela linguagem, por signos lingüísticos, parece não ser suficiente para Kaspar Hauser. Vygotsky insiste que o pensamento e a linguagem se originam independentemente fundindo se mais tarde no tipo de linguagem interna que constitui a maior parte do pensamento maduro”. (Saboya, 2oo1-p. 5). O homem representa para si o mundo através da linguagem. Representar, então, significa refletir e, desse modo, a língua é o reflexo do pensamento e conhecimento de mundo que o homem tem. O mundo se constitui não apenas por ações físicas, mas também por ações de linguagem e o sujeito por sua vez, se constitui no modo como atua pela linguagem.
      Em Grupo comparamos as anotações e reflexões.
      O que concluímos como entendimento é que, compreender a linguagem é entender melhor o processo sociocultural da humanidade. É pela linguagem que interagimos com os outros, expressamos nossos pensamentos e emoções e construímos cultura, uma vez que passamos nossas experiências e nosso aprendizado de geração a geração. Assim, para tudo o que se tem a dizer há uma expressão adequada, pronta e disponível. Com ela, vamos representando o mundo e as ações que nele praticamos. Nesta concepção, o sujeito da linguagem corresponde à linguagem do sujeito psicológico, individual, dono de sua vontade e de suas ações. Trata-se de um sujeito determinado pelo ego que constrói uma representação mental seja percebida pelo interlocutor da mesma forma como ela foi mentalizada. Sendo assim, Kaspar Hauser foi privado do convívio social, cultural e da linguagem

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  6. O filme mostra a importância da linguagem na vida do indivíduo através dessa obra repleta de simbolismos. Nas experiências vividas por Kaspar Hauser lhe é imposto em seus primeiros anos de vida quase que um total isolamento e com isso a impossibilidade de aprender as mais variadas formas de expressão. No momento em que Kaspar é “atirado” na sociedade sem nenhuma vivência e o restrito conhecimento de se alimentar de água e pão fica evidente a importância do aprendizado da linguagem para o bom relacionamento interpessoal. Aos poucos com ajuda de crianças e de um professor Kaspar vai aprendendo lentamente a ler e escrever e através da música que o sensibiliza, “ouvir”. Com o pouco conhecimento adquirido Kaspar Hauser menciona em uma de suas falas:
    - Tenho que aprender a ler e a escrever para depois poder compreender.
    Conhecer o mundo pela linguagem, por signos lingüísticos, parece não ser suficiente para Kaspar Hauser. Com as novas experiências Kaspar passa a sonhar e se comunicar de maneira peculiar, mas não consegue se inserir na sociedade e acaba sofrendo atentados e por fim, morrendo. Fazendo uma analogia com o filme, em suas idéias Vygotsky insiste que o pensamento e a linguagem se originam independentemente, fundindo-se mais tarde no tipo de linguagem interna que constitui a maior parte do pensamento maduro.

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  7. 1-2)O filme indicado para a análise apresenta uma criança selvagem, encarcerada, sem nenhum contato verbal ou social até por volta de seus 16 anos. Esta criança, quando levada a uma comunidade alemã, passa a ser objeto de curiosidade e estudo, devido a não conseguir se expressar, conceituar, raciocinar, ou até mesmo diferenciar sonho de realidade. Durante sua convivência nesta comunidade, pôde ser observado o seu desenvolvimento na linguagem e sua socialização.O período em que Kaspar foi abrigado e ajudado por um professor, que lhe ensinou linguagem, costumes e ritos da sociedade, proporcionando-lhe acesso aos bens culturais, materiais e espirituais, tentando, de várias maneiras, incluí-lo no convívio social. Embora tenha aprendido, além de falar e escrever, habilidades básicas para a convivência em sociedade, nunca foi visto como igual pela comunidade. Ele mesmo não se sentia parte da sociedade, como apontado no trecho em que Kaspar fala que estava melhor no cativeiro, do que fora dele. No filme, nota-se que embora Kaspar tenha aprendido a falar e escrever, não conseguiu se apropriar totalmente das significações culturais..
    3)Podemos encontrar a presença de imposição e opção no momento em que expõem a Kaspar sobre religião. Religiosos tentam descobrir qual a percepção que Kaspar tinha sobre Deus, ou qual força que lhe acalentava a alma durante o cativeiro. Ao perceberem que ele não tinha uma percepção sobre Deus, tentam impor alguns dogmas, pelo simples acreditar pelo acreditar, admitindo os mistérios da fé sem procurar entender. Para que não houvesse a imposição seria necessário que Kaspar aprendesse a ler e escrever, para depois conseguir compreender outros conceitos mais complexos. A partir dessa compreensão é que se dá a opção. O indivíduo quando tem adquiri conhecimento ele desenvolve o senso crítico e torna-se capaz de optar o que é melhor a partir da sua realidade.
    Trazendo isso para nossa realidade, há uma discussão sobre a exclusão da disciplina Religião do currículo escolar que antes era dado nas series iniciais como disciplina indispensável para a formação do comportamento humano. Seria ela uma imposição ou opção? Provavelmente em um mundo tão plural as pessoas se sentiriam pressionadas já que a religião depende de suas relações com o mundo externo.

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  8. A história de Kaspar Hauser foi retratada em filme pelo autor Werner Herzog. Ao retratar a vida de um jovem aprisionado em seu mundo o filme nos mostra a importância do convívio social para a construção da linguagem. Ao viver isolado sem contato verbal ou social o jovem não conseguia se expressar, raciocinar e ate mesmo diferenciar sonho de realidade. Ao ser inserido em uma sociedade Hauser foi capaz de desenvolver o uso da linguagem, o que influenciou no seu modo de comportar, de agir, de falar e permitiu que ele fosse capaz interagir com outras pessoas. O convívio social permitiu perceber o quanto somos fruto do meio em vivemos e como podemos nos adaptar com as mudanças. Permitiu perceber também que é através do uso da linguagem que podemos no interagir, nos expressamos e refletir assim nossos costume e hábitos. Com o desenvolver da historia, existe um aprendizado de Kaspar, devido às várias influências externas a qual ele vai sendo submetido. Podemos assim perceber como as influencias das interações sociais reflete nas nossas condições de vida.

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  9. O filme tem um enredo dramático, que se justifica pelo levantamento das consideração a ideia de que o filme é uma construção sobre a realidade que articula palavra, som ,imagem, movimento, se tornando, portanto, uma maneira de compreender comportamentos, visões de mundo, valores, identidades, ideologias de uma sociedade, etc. Este filme reflete e ilustra um movimento, a principio, pitoresco: a possível existência de um homem sem sociabilidade, sem nenhum contato social, para que a partir dessa problemática, chegássemos ao debate de questões sociológicas.
    Esse Filme tem como finalidade mostrar o comportamento psicológico e social do indivíduo, que por sua vez ficou preso toda sua vida numa masmorra de isolamento social, trazendo-lhe consequências graves de integração social. O impacto do isolamento por anos termina por afetar fortemente a formação desse individuo, que jamais poderia ser um ser normal dentro dos limites empregados pela sociedade, que nem o compreendia como ser humano.

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  10. Kaspar Hauser é um homem que apresenta alheio a questões da sociedade, pois desde de cedo foi ceifado do convívio social e do aprendizado em comunidade.
    O filme mostra diversas fases da vida dele onde o personagem enfrenta vários desafios e obstáculos relacionados a linguagem.
    Podemos concluir e observar com esse filme que a linguagem é fundamental na vida do ser humano e que a imposição de um padrão de linguagem ( a escrita) ainda exclui, porém não é só a escrita; a linguagem verbal, quando temos um país com histórico de exclusão, as pessoas que se encaixam nesse perfil serão excluídas.

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    1. O enigma de Kasper Hauser é um filme meio que obrigatório entre terapeutas que lidam com autismo e que colocam suas vidas a serviço do Ser... Vc não vai conseguir tirar dele a concepção de humanismo, mesmo pq é bastante desumano. O tratamento que ele recebe, somado às condições terapêuticas precárias da época que retrata, não deixam muito espaço para humanismo... O assombroso do documentário (é uma história real) é a Força do Ser, independentemente do contexto social que lhe for apresentado como base... Mesmo submetido a condições animais e que o enquadrem em diagnósticos por vezes indefiníveis, longe de qualquer ideal de sociedade, o Ser é movido por uma força motriz poderosa, que o leva a procurar tanto sua expressão quanto seu auto-preenchimento... independente de isto ter sido ensinado para ele em suas mais tenras bases... Esta força motriz denomina-se "entelechia" e está presente em todos os Seres, sejam eles autistas, feras indomáveis ou animais selvagens... e também em vc e eu... Sem esta visão terapêutica e essencial, ninguém pode tratar ninguém... Somente tendo olhos para o Ser que existe por trás de qualquer diagnóstico ou condição, mesmo que animalesca, é possível relacionar-se com o outro, compreendê-lo e amá-lo... Unicamente enxergando a entelechia presente no outro, mesmo que este coma carne crua, é possível estabelecer um vínculo e chegar a uma visão benevolente sobre sua condição... Aqui sim reside um conceito de humanismo muito precioso... mas o filme só ensina isto por contrastes...

      É por isso que ser um terapeuta a serviço do Ser é algo tão difícil... e ao mesmo tempo, sublime!

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  11. O enigma de Kaspar Hauser é um filme complexo, que tem como objetivo nos mostrar e relatar sobre o quanto só a linguagem diferencia o homem de outro animal, fazendo ainda uma reflexão sobre a unicidade do ser humano, da história de vida e experiências de cada um, e a importância que tem a linguagem e a cultura no desenvolvimento psicológico do indivíduo.
    Kaspar Hauser, é um personagem real e enigmático que, quando encontrado em Nuremberg, em 1828, com supostamente 15 anos, quase não sabia falar, nem andar e não se comportava como humano, pois desde a mais tenra idade, foi privado do convívio social. Sua trajetória de vida é o triste resultado de sua carência de cultura e do não desenvolvimento da linguagem.
    Salienta-se que o isolamento do personagem na caverna por tanto tempo, impactou fortemente sua formação como indivíduo.

    Muito tempo após sua reintegração na sociedade, já com a linguagem mais desenvolvida, percebe-se ainda a dificuldade de Kaspar Hauser em entender às pessoas e suas reações.
    Após a morte de Kaspar Hauser, o mesmo é levado para autópsia, cujo relatório aponta uma anormalidade no cerebelo que afetou seu desenvolvimento intelectual, acreditando as autoridades que haviam encontrado as respostas a todas as questões pendentes em torno desse homem diferente.
    Vale ressaltar, que em todos os momentos do filme em que Kaspar Hauser é confrontado por alguém, ele se mostra muito mais sensato e lógico do que os homens educados.

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